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Volume 37, N° 2 - jul-dez 2017
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Vilênia V. P. Aguiar
Resumo
Nesse artigo me proponho a refletir sobre o trabalho que as mulheres realizam em contextos rurais, a
partir do diálogo com estudiosos do campesinato, sobretudo aqueles que fazem interface com as temá-
ticas de gênero e trabalho. Parto do questionamento acerca da dicotomia trabalho produtivo e trabalho
reprodutivo, originária no âmbito da produção do conhecimento social e não do cotidiano da vida dessas
mulheres, que exercem o seu trabalho em regime de economia familiar. Nesse sentido, argumento
sobre a impossibilidade de analisá-lo, em toda a sua dimensão, sem que se considere a família ou o grupo
social no qual essas mulheres estão inseridas ou mesmo as estratégias familiares adotadas. A partir
do diálogo com outras categorias como gênero e experiência, incorporadas a uma perspectiva feminista,
busco então apontar alguns aspectos que julgo pertinentes para a construção de uma perspectiva analí-
tica consistente. Por fim, considero a possibilidade de diálogos entre os movimentos sociais de mulheres
rurais e as teorias feministas, produzidas no Sul global, de modo a favorecer a construção de novas
unidades de análise que rompam com as dicotomias e propiciem a construção de novas teorias críticas.
Palavras-chave: Gênero; Trabalho: Teorias Feministas; Espaços Rurais.
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